terça-feira, outubro 03, 2006
o poço que me ouve
num poço eu escrevo...
as paredes como papel...
o corpo como caneta...
o sangue como tinta.
a parede faz-me doer o corpo
mas a voz doi-me mais...
por não haver ouvinte.
tenho saudades de não ter dor e pensar que a tinha.
saudades de me queixar... e pensar que tinha dor...
hoje questiono-me...
hoje rasgo o meu corpo na áspera parede...
e os ouvidos da áspera parede... ouvem-me... e entendem-me.
que bom ter quem me ouve...
em breve espalhar-me-ei pelo poço e fora dele...
em breve comer-me-ão por aqui...
dissipar-me-ei... em bichos que corroem os restos do teu poema...
e as primeiras chuvas lavarão as memórias da dor escrita.
sou um lírico que sofre por não ter...
que sofre por não saber... como não sofrer em silêncio.
estou quase a esvair-me de encontra os braços da árvore que não me deixa afogar
quase a beber o último travo que me levará a ti...
que me envolverá em ti...
que me... em ti...
em ti...
em...
...
..
.
.
.
ex-nós
segunda-feira, setembro 25, 2006
o outono das folhas muitas
volto a desenhar hoje, em traço grosso e desconcertante, o choro que me re-cria...
no leito da dor
num outono em contexo mor
em que a vida se retrai em pontos...
interroga-se em contos episódicos
num regresso às origens, ao âmago gestacional
ao útero uno
hoje sinto-me pesadamente... Br1
um beijo à Isabel e à partilha da dor que não quero nunca ter...
terça-feira, agosto 22, 2006
Email enviado à Sic
Se há coisas que não acontecem por acaso,
uma delas é ao acordar pressionar no botão 5 do meu telecomando para ver as notícias,
o tempo, a situação do mundo que me irá receber em mais um dia de trabalho.
Quando chego a casa ao final do dia ou da noite, tenho o mesmo gesto, a mesma atitude.
Estive fora do país, trabalhando no médio Oriente e das coisas que mais mais falta senti foi desses pequenos momentos de interacção entre televisão e vida.
Agora, essa experiência de viver noutros lado do mundo também me abriu outros canais de pensamento e levou-me a ter outras visões do mundo e daqueles que me rodeiam.
Neste momento estou um pouco desapontado com a Sic e o seu (Vosso) serviço de informação, estou desapontado pela forma em que mostraram o conflicto Israelo-libanês, a tendencialidade e a falta de imparcialidade no documentário, na opinião sobre os assuntos. porquê?
talvez por querer mostrar os dois lados da questão, que deve ser mostrado e acompanhado, mas...
caíu-se no erro de criar um balanço que não existe e nunca existiu. mostrar o sofrimento de famílias israelitas com o sofrimento das famílias libanesas é legítimo, mas não pode ser legítimo quando morreram 30 e tal israelitas e mais de 1200 libaneses,
quando na grande grande maioria estes eram crianças e civis.
viu-se sempre os dois lado da questão,
já disse que concordo com este approach, mas está deontologicamente errado fazê-lo desta forma.
também outro assunto de realçar é a questão de estarmos a ver este conflicto com um passado que começa à mês e meio com o rapto de dois soldados israelitas,
mas a quantidade de pessoas que estão em situação de rapto e violação dos seus direitos fundamentais numa ocupação diária de israel nos territórios do sul do Líbano e Palestina.
Tão fácil como (o que pessoalmente testemunhei ao trabalhar em programas de desenvolvimento na região)
em que aldeias completas quando acordam são e passaram a ser durante a noite território israelita,
i.e famílias separadas, vidas destroçadas e novos estados de existência num estado aglutinador de territórios e vontades. há milhares de pessoas que foram raptadas e que vivem num estado que não é o seu, que vivem como nos campos de refugiados palestinianos, sem água, electricidade, combustíveis, gás... etc...
e é por essas pessoas que a comunidade internacional nada faz... e o Hezballah aproveitou para ganhar a simpatia de todo o mundo árabe, seja ele muçulmano, cristão ou ateu.
É pena nós metermos numa balança jornalistica o que não pode ser pesado. é pena que as vidas de tantos seres humanos tenham e continuem a ser postas em causa e niguém se mova... sem ser para prestar mais vassalagem ao Conselho de Segurança das UN e ao estado de israel!
gostava de ver a SIC notícias mais bem fundamentada, mais segura em termos de história, de experiência e que continue a trabalhar e a crescer para ter um melhor jornalismo.
espero que este mail tenha algum impacte, nem que seja num simples questionamento ou pequeno wondering.
quero salientar a visão e a presença do Luis Costa Ribas que tem feito um trabalho muito bom e dos únicos que pude ouvir com atenção. Com os melhores cumprimentos,
Bruno G. M. Neto
bruno.neto@cnj.pt
Cooperation & International Relations Dept.
Portuguese National Youth Council"
quarta-feira, agosto 02, 2006
A verdade em mulher...
Truth —
a woman, nothing better:
guileful in her shame:
what she most wants,
she refuses to know,
raises a warning finger ...
To whom will she yield? To force alone! —
So use force,
be hard, you who are most wise!
you must compel her
the abashed truth ...
for her felicity
compulsion is needed —
— she is a woman, nothing better ...
Nietzsche
terça-feira, julho 18, 2006
De Volta...
back to the beggining, to the roots, to the sweet morning
emotions time!
nada mais do que uma envolvente, terna, absoluta manhã de um puro
e natural acordar na seda dos braços da amada... amante da vida
partilhada.
em momentos lentos com movimentos parcos de moção
bebe-se da candeia das emoções os sons do mundo em canção!
de volta ao tempo, ao início,
de volta de um carrilhão actual em terras árabes de um al -
gharbe (terras do oeste)...
partilho esta manhã com a minha mulher árabe, de homem do mundo
que lhe sou...
Br1
terça-feira, maio 09, 2006
terça-feira, maio 02, 2006
o quadrado das emoções
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Trabalho em Portugal
todas as manhãs...
penso que seria melhor se estivesse noutro lado que não fosse este quadrado
todos os dias vou para o trabalho que me vai tornando alcoólico!
bebo todos os dias um licor de presunção e de falta de confiança!
e partilho este sentimento pesado com a esfera...
e se há coisa que realmente me dá prazer é trabalhar!
se há coisas que realmente me fazem ter prazer são os projectos...
é pensar, é criar, articular, cantar, desenvolver, gerir...
aqui...
perco a vontade de tudo...
não há confiança... não há respeito...
mas há medo... incerteza... fragilidade... e tanta vontade de usar o trampolim só mais uma vez!
estou triste...
e não basta tocar o disco mais uma vez...
o vosso
br1
quarta-feira, abril 26, 2006
Dahab
one month ago, i was in those exact places, i still have Cinnamon Gums bought in that 24hours supermarket, i ate in those restaurants and i bought souvenirs in the shops i saw yesterday on TV... completely destroid with blood all over.
i've been to dahab 4 times. it was one of my favourite places to vacations and to rest...
calm...
quiet...
no big waves...
just amazing memories... from the people and the place.
most of the population is poor...
simple people, and so rich at the same time...
amazingly rich... of amazing stories, amazing smiles...
i feel so shocked...
br1
quinta-feira, abril 06, 2006
Ser Nós
há quanto tempo não te amava em textos de tempo
há quanto tempo não te sentia nas parcas palavras que trocamos
em sotãos de solidão e aparente alalia
teço os números em taças de ti
teço as mágoas em costas de lágrimas que não bebi
enfraqueço sem a nossa visão
deslizo na música que não cantas mas me fazes ouvir
a dor sem ti
a dor por aquilo que tem passado
quero-te ver no futuro
quero-me dar a ti como eterno presente
quero ser nós
br1
sexta-feira, março 31, 2006
back
last night i crossed your smile
your the curvs, its texture
your moisted lips
and a red blooded feeling of desire
i love you
br1
terça-feira, março 21, 2006
terça-feira, março 07, 2006
o dia jorra porque quer
a dança lenta onde morres
onde envolves...
ou revolves...
e gemes com fulgor...
o teu gemer
relembra-me os cães que rosnam
e se abatem em raiva
quando vamos ao circo
quando te beijo
sabes a frio dental
às vezes viajamos... viajando num freio mental
do total
no total
des¨¨¨¨¨¨controlo
::::::::::::conforto
''''''''''''''''''''''''''''conheço o que clamas
desconfio que me amas!
quarta-feira, março 01, 2006
Hunger Strike
desafogando o contexto são
coisa amarela de doença ruim
desencaixo as articulações dos pensamentos
desmancho o chão do teu mal
sincronizo o homem despido, atento
respiro o ar em ti, fruto de-areia e sal
amo-te nos palácios decrépitos
busco-te em bosques humanos
agarro-te e rasgo-te-a sentença
quando corres como hemorragia sem garrote
o nosso amor é como um pote de Pérolas que se parte
convulso e fractário em mil peças que rolam
tão compreensível como a previsão das direcções
que cada Pérola segue, quando cai...
br1
Veil - Charles Kolnik
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Decrépita manhã do fim
Hoje acordei num manto de ti
beijei-te, como em todas as manhãs
olhei-te, como faço cada vez que te quero amar de perto
virei-me para o outro lado
q'estranhamente dava para uma rocha em falésia
olhei para o outro atrás novamente
e atirei-me ao mar...
atirei-me de costas...
para te ver...
enquanto procedo à morte lenta de quem caí no mar
matei-me
por ver que nada mais és
que chuva grossa que bate no capote do pastor
e se dispersa no chão alado...
matei-me
por ver que nada mais és
que um pássaro que leva um tiro
e cai no chão angustiado por não ter morrido de uma só vez...
ah morte de uma só vez...
porque não me exaltaste se sabias que eu tanto te queria?
oh morte de uma só vez...
não me personificaste...
só por ser a gota de água
que beijou o pássaro antes de ter morrido de uma só vez...
br1
Wounded Bird Carmel Mooney
domingo, fevereiro 19, 2006
Poet in Opium
o sonho translada-se
onde as memórias vagueiam
onde as musas se prendem aos portos
e cantam nénias que se colam à eloquência dos homens bons
tenho a garganta gasta de tanto te-olhar
tenho uma pena parca em tinta de tanto te amar...
hoje acordei em ti
bebi-te
fumei-te
abri-te em dois e barrei-te
com pensamentos de mel
teci algumas loucuras imersas em leite
e perdi-te nas gástricas emoções eternas
Br1
Sea Tangle Mermaid
Maxine Gadd
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Red Day in Damascus
terça-feira, fevereiro 14, 2006
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Today i run
I loved you...
i tasted you in every step i gave
i touched you each time i touched the floor
i went in you each time i opened a door
i smelled you each time i took a breath
i saw you each time something moved...
I loved you...
today i run... as i never did before...
i tasted
i touched
i went
i opened
i smelled
i saw
I loved you...
today i run... as i never did before...
run...
to you
but you were not there...
br1
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Palavras
usa e faz as combinações como quiseres...
será como música para mim
com o som da demencia do silêncio lido
Br1
Picasso Dove
the body
the soul
the saliva
the combination of flavours
the mixed chemestries
the pleasure
the fountains
the density
the vapor
in moments of swetness
moments of joy
celebration
uncontroled screams
pure madness
pure sensation
shared fluids
in deep penetration
your mind
our time
yourself
our sake
I always loved you
with demons
or
Angels
you are
my time
my love
my Dove in a Picasso's scratch
br1
( - A - Present - to - Shahd - in - her - 23 - rd - )
White over Red - Mark Rothko
terça-feira, janeiro 31, 2006
Sufi Poem 4 my Pearl
Nothing seemed right.
What's the point of bringing gold to the gold mine, or water to the Ocean.
Everything I came up with was like taking spices to the Orient.
It's no good giving my heart and my soul because you already have these.
So- I've brought you a mirror.
the scream
the spot
the light
the pain,
some veins are empty
some veins are pumping
imprecise poison
indistinct omissions of life.
the stain
the time
the way
this crane is dead
this brain in threat
with vague poison
with vague omissions of life.
and abruptly
everything stops
suddenly...
the poet is dead...
no tears...
no drops
no blood
no air.
in clay he dissipate his body...
in a meta-end, one more restless soul he became
may gOD finally bless me now...
finally in this start.
br1
The Scream - Edvard Munch
domingo, janeiro 29, 2006
Eyes...
I'm sure of his love...
so sure of his feelings...
fragile and questionable
loving the forbidden fruit
loving the same eyes i do
Wishing the same eyes i kissed once
it is the sureness of life
it is the sureness of pain and tears.
The valse is combining with violin screams
the plateau is decadent
the dancers are dying
falling apart as snow dummies
under the strong sun
of the sad reality...
why this sureness?
Because of your eyes...
br1
quinta-feira, janeiro 26, 2006
A leaf of Poem
My devotion to our love,
our care,
the moments of deep love we passed
the senses of the moments of distance
and suffering we're passing
the rains we'll choose to follow
The forests we'll desire for us
and to our beloved ones...
that in one shammsy day will rise from our love,
those who'll be the fruits and flowers,
the fruits and the passions we planted..
the process we're building...
from the seed till the tree
and all its cycle his made out of our unique love!
love you...
br1
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Elenco de ti
é a força
pela jactância do momento infinito
tu bebes da vida
sonhos abertos em fantasia
crês nos pares
entornas o corpo
como vinho derramado...
naquele chão de seda
onde fazemos amor...
cortas a minha respiração
como constroes um encanto
cravas no coração
as garras do tempo
nas manhãs...
num elenco
de silêncio
e
deamor
sexta-feira, janeiro 13, 2006
A Polimorfia da Dança
coisas que circundam...
coisas que te amam e te vestem
no palco,
bebo a tua doce demência polifórmica
desço nas tuas ruas
e
me descalço na solidão.
As vestes e as varandas
trocam ventos
que tocam tempos
de
açucar
e
vingança
dispo-me
toco-me
perco-me
traço-me
sintoma de vácuo
sintomas da doença que não vejo
sintomas da não presença de um beijo
olho em ti e vejo-te em ti
br1
sexta-feira, janeiro 06, 2006
The poem in you...
is a black voice in jazz...
somehow fragile... somehow deep and strong...
the lyrics you sing...
are words creating wind between trees...
lifting maple Leafs...
towards canvas of fruits and passion...
You have
scratches on black
you paint on us...
squares of infinite love cycles
Good morning my Love... Good morning world around!
Br1
Manuel Espinoza
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Streets of unquietness...
the senses,
the spoken words,
the visual smiles... your smile.
The tears that run, became normal, fluent.
The fears i run became sarcastic, surreal.
This morning i woke up in the fear of not being abble to walk,
Woke up with the notion that the world was not available for me today.
Maybe caused by the weakness of the empty space,
Maybe by the air we don't share,
Maybe by the We that I trust and care.
You...
Not being here is if i would not have an arm to paint,
a breast to feed,
air to jump,
air to share and breathe.
I am
you are
we are.
Br1
Salam, world!
quarta-feira, janeiro 04, 2006
A sweet good morning to my beloved... and the word
Coral is far more red than her lips' red:
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damask'd, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound.
I grant I never saw a goddess go:
My mistress, when she walks, treads on the ground.
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.
William Shakespeare