segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Decrépita manhã do fim

Hoje acordei num manto de ti

beijei-te, como em todas as manhãs
olhei-te, como faço cada vez que te quero amar de perto

virei-me para o outro lado
q'estranhamente dava para uma rocha em falésia

olhei para o outro atrás
novamente
e atirei-me ao mar...


atirei-me de costas...
para te ver...
enquanto procedo à morte lenta de quem caí no mar

matei-me

por ver que nada mais és
que chuva grossa que bate no capote do pastor
e se dispersa no chão alado...

matei-me

por ver que nada mais és
que um pássaro que leva um tiro
e cai no chão angustiado por não ter morrido de uma só vez...

ah morte de uma só vez...
porque não me exaltaste se sabias que eu tanto te queria?

oh morte de uma só vez...
não me personificaste...

só por ser a gota de água
que beijou o pássaro antes de ter morrido de uma só vez...

br1




















Wounded Bird
Carmel Mooney

1 comentário:

Anónimo disse...

We will step on the sharp knives.. go through the fire.. walk in a road full of thorns..and there at the end of the road we will find our own unique paradise!