terça-feira, agosto 22, 2006

Email enviado à Sic

"Olá,
Se há coisas que não acontecem por acaso,
uma delas é ao acordar
pressionar no botão 5 do meu telecomando para ver as notícias,
o
tempo, a situação do mundo que me irá receber em mais um dia de trabalho.
Quando chego a casa ao final do dia ou da noite, tenho
o mesmo gesto, a mesma atitude.

Estive fora do país, trabalhando no médio Oriente e das coisas
que mais mais falta senti foi desses pequenos momentos de interacção entre televisão e vida.
Agora, essa experiência de viver noutros lado do mundo também me abriu outros canais de pensamento e levou-me a ter outras visões do mundo e daqueles que me rodeiam.

Neste momento estou um pouco desapontado com a Sic e o seu (Vosso) serviço de informação, estou desapontado pela forma em que mostraram o conflicto Israelo-libanês, a tendencialidade e a falta de imparcialidade no documentário, na opinião sobre os assuntos. porquê?
talvez por querer mostrar os dois lados da questão, que deve ser mostrado e acompanhado, mas...

caíu-se no erro de criar um
balanço que não existe e nunca existiu. mostrar o sofrimento de famílias israelitas com o sofrimento das famílias libanesas é legítimo, mas não pode ser legítimo quando morreram 30 e tal israelitas e mais de 1200 libaneses,
quando na
grande grande maioria estes eram crianças e civis.

viu-se sempre os dois lado da questão,
já disse que concordo com
este approach, mas está deontologicamente errado fazê-lo desta forma.

também outro assunto de realçar é a questão de estarmos a ver
este conflicto com um passado que começa à mês e meio com o rapto de dois soldados israelitas,

mas a quantidade de pessoas que
estão em situação de rapto e violação dos seus direitos fundamentais numa ocupação diária de israel nos territórios do sul do Líbano e Palestina.

Tão fácil como (o que pessoalmente testemunhei ao trabalhar em programas de desenvolvimento na região)
em que aldeias completas
quando acordam são e passaram a ser durante a noite território israelita,
i.e famílias separadas, vidas destroçadas e novos
estados de existência num estado aglutinador de territórios e vontades. há milhares de pessoas que foram raptadas e que vivem num estado que não é o seu, que vivem como nos campos de refugiados palestinianos, sem água, electricidade, combustíveis, gás... etc...

e é por essas pessoas que a comunidade internacional nada
faz... e o Hezballah aproveitou para ganhar a simpatia de todo o mundo árabe, seja ele muçulmano, cristão ou ateu.

É pena nós metermos numa balança jornalistica o que não pode ser
pesado. é pena que as vidas de tantos seres humanos tenham e continuem a ser postas em causa e niguém se mova... sem ser para prestar mais vassalagem ao Conselho de Segurança das UN e ao estado de israel!

gostava de ver a SIC notícias mais bem fundamentada, mais segura em termos de história, de experiência e que continue a trabalhar e a crescer para ter um melhor jornalismo.

espero que este mail tenha algum impacte, nem que seja num
simples questionamento ou pequeno wondering.

quero salientar a visão e a presença do Luis Costa Ribas que tem feito um trabalho muito bom e dos únicos que pude ouvir com atenção. Com os melhores cumprimentos,

Bruno G. M. Neto

bruno.neto@cnj.pt
Cooperation & International Relations Dept.
Portuguese National Youth Council"



quarta-feira, agosto 02, 2006

A verdade em mulher...

"Truth —" Summer 1888

Truth —
a woman, nothing better:
guileful in her shame:
what she most wants,
she refuses to know,
raises a warning finger ...
To whom will she yield? To force alone! —
So use force,
be hard, you who are most wise!
you must compel her
the abashed truth ...
for her felicity
compulsion is needed —
— she is a woman, nothing better ...


Nietzsche