continuarei esperando por uma flor tua, como se todos os vasos fossem os campos que contigo quero correr..

sonho por um rasgo de palavras entoadas em tons de amor a que os poetas liricamente chamam poema..

ou por tons delicadamente compostos e sangrados numa voz que me cola profundamente a ti.

talvez me reveja numa fotografia sem filtros onde no fundo ao mundo mostramos sem filtro os layers do nosso amor..

porque quero ser a música que corre no sangue que alimenta o teu peito.

porque quero sentir o poder de nunca te querer perder

porque hoje não somos o tempo, meu amor.

e amanhã 

não sei se por cá

cá vou estar.

e esperar no teu silêncio e sem o teu ar

é um gerúndio sem tempo

um momento

um só de um par.

A interacção com os deuses aprofunda os sentimentos.

Questiono-me enquanto me tento compreender. A falta de lógica ou a falta de sentido faz-me fraquejar, faz-me entrar no passageiro obscuro que me leva aos cantos de mim onde não quero estar, onde ninguém me merece ver.

Estas linhas grossas no chão, que sei que as piso, não são mais que a projecção de quadros sem sentido. 

A pertença, a religião intensa

acabam por ajudar a não deixar sair deste círculo da morte lenta do consciente, do cognoscente fraco que passei a ter.

Navegar em ti sem saber onde estás é perder-me em mim, sabendo que sem ti nunca terei paz. 

Vem e arrefece-me

Preciso do teu frio para continuar a respirar

Profunda-me com os teus sonhos em sensações novas

Como se o teu solo fosse só eu solo.

Como se estivesse eu em todas as tuas novas canções de amor

Pois não sei viver sem respirar o teu ar,

Por isso te quero dentro dos meus pulmões

ou dentro do meu silêncio

Porque já não cabes de tanto que tenho de ti nos meus corações. 

Quero voltar a sonhar com os dias simples

como nunca os tiveste, ou viveste, ou o intenso quadro em que permaneço somente olhando para ti enquanto envelheço.

És o preto no quadro do meu quintal

És preto no quarteto de flores amarelas que te vi plantar.

És a forma de toda a normal
Sentimental

Saber quem Somos

Tornamo-nos mais completos quando nos descobrimos nos outros, na interacção que temos, porque só assim nos encontramos e nos exploramos. Se ficarmos sós... e junto a quem é parecido e similar a nós, ficamos reduzidos aos pequenos mundinhos onde tudo é fácil e com um saborzinho normal. É como juntar natas à comida.. normaliza-a, torna-a fácil.. e suaviza os ácidos, os picos de sabor. Gosto de natas.. mas coloco-as na minha comida o menos possível.. porque assim posso sempre experimentar novas e interessantes sensações e sabores na descoberta do "novo" e sobretudo de mim mesmo.

Cru.
Como na minha pele o teu respirar me faz viver de novo.
Tu.
Como projecção do embelezamento de cada ruga que me carvas com o teu sorriso.
Nu.
Sem filtros, sem moral, sentimentos crus, perfumes de um oriente na terra do sol poente.

Na Ausência de ti

Vivemos numa imediata ânsia de viver.
Hemorragicamente ansiamos pelas notícias de quem amamos.
E no momento, em todo aquele momento queremos quem amamos.
A ausência conta-se aos segundos, a impaciência das setas que continuamente espetam o coração cinzento e dependente, soam a depois. Eu não quero o depois. Quero-te agora.

Agora.
Quero-te a toda a hora, porque não vejo hora de te beijar, ou contar todas as estórias em que no final ficamos juntos, tal como agora.

Não quero esperar, vem para a minha beira e conta-me todos os sonhos sem pressas
como se ambos estivéssemos sentados num por do sol que nunca leva à noite da tua ausência.
Porque quero-te
Agora.